Atividades de Língua Portuguesa: Prática de Leitura e muito mais / professores

NARRATIVA DE TERROR

Características:

É um misto de incerteza, de intensa expectativa perante a iminência de acontecimentos, notícias, decisões, desenlaces ou revelações consideradas de extrema importância.

O suspense pode ser construído de várias formas: pela caracterização de personagem, pela ação e pelo ritmo com que se desenrola a narrativa.

Para produzir o suspense, é necessário retardar algumas revelações. Para isso, a narrativa detalha a descrição da cena, as reações das personagens, e omite algumas informações.

Tem por objetivo despertar no leitor sensações de medo e horror referentes a morte, a loucura.

As personagens podem ser sobrenaturais, assombradas por fantasmas, monstros, vampiros, por um mal que se escondem na mente humana,etc.

Elementos da narrativa:

Personagens: quem?
Tempo: quando?
Espaço: onde?
Ação: o que aconteceu? como se desenrolam os fatos?
Narrador: quem conta?

Enredo ou momentos da narrativa:

Situação inicial: situação de equilíbrio.
Conflito: os motivos que desencadearam a ação da história.
Clímax do conflito: momento de maior tensão na história.
Desfecho: final e resolução do conflito.

Para Viver Juntos 8º ano. 2 ed. –São Paulo: Edições SM, 2011.

http://pt.scribd.com/doc/17726428/Contos-de-Terror-Estrutura-Narrativa.




8 EXERCÍCIOS DE CRASE PARA VOCÊ TREINAR

1. FCC/2015
O sinal indicativo de crase pode ser corretamente suprimido em:
a) …incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade…
b) Renunciamos assim às árvores…
c) ..nos permitimos fabricá-las à feição dos nossos sonhos…
d) …não está à mercê dos botânicos…
e) …não incorpora a árvore à atmosfera de nossos cuidados…

2. FGV/2015
Texto 3 – “A Lua Cheia entra em sua fase Crescente no signo de Gêmeos e vai movimentar tudo o que diz respeito à sua vida profissional e projetos de carreira. Os próximos dias serão ótimos para dar andamento a projetos que começaram há alguns dias ou semanas. Os resultados chegarão rapidamente”.

O texto 3 mostra exemplos de emprego correto do “a” com acento grave indicativo da crase – “diz respeito à sua vida profissional”. A frase abaixo em que o emprego do acento grave da crase é corretamente empregado é:
a) o texto do horóscopo veio escrito à lápis;
b) começaram à chorar assim que leram as previsões;
c) o horóscopo dizia à cada leitora o que devia fazer;
d) o leitor estava à procura de seu destino;
e) o astrólogo previa o futuro passo à passo.

3. COSEAC/2015
“…por fidelidade à obscura semente…” (9º §)
Das alterações feitas no fragmento acima, há erro no emprego do acento indicativo da crase em:
a) por fidelidade àquela obscura semente.
b) por fidelidade à essa obscura semente.
c) por fidelidade à mesma obscura semente.
d) por fidelidade à nova e obscura semente.

4. VUNESP/2014
Considere a passagem:Alegramos nossa área particular, instaurando cores tônicas ou repousantes, e pondo em moda a limpeza.A substituição das expressões destacadas mostra regência e emprego do sinal de crase de acordo com a norma padrão, respectivamente, na alternativa:
a) Avivamos à; dando preferência por; destacando à.
b) Tornamos alegre à; estipulando por; dando realce à.
c) Fazemos viçosa à; aplicando em; assumindo à.
d) Damos viço à; optando por; dando destaque à
e) Conferimos vida à; usando de; adotando à.

5. CESGRANRIO/2014
O período no qual o acento indicativo da crase está empregado de acordo com a norma-padrão é:
a) Começou à chover torrencialmente.
b) Vamos encontrar-nos às três horas.
c) Meu carro foi comprado à prazo
d) O avião parte daqui à duas horas.
e) Ontem fui à uma apresentação de dança.

6. VUNESP/2014
_____ quebra do compromisso entre Hong Kong e China, que atinge_____ eleições marcadas para 2017, seguiram-se manifestações, pois, com o controle da cidade, haveria ameaça_____ garantia de plenas liberdades.

As lacunas devem ser preenchidas, correta e respectivamente, com:
a) A … as … à
b) À … às … à
c) A … às … a
d) A … às … à
e) À … as … à

7. CESGRANRIO/2014
O acento grave está empregado de acordo com a norma- padrão em:
a) Ensinar implica à necessidade de também aprender.
b) Os professores sempre visam à evolução dos alunos.
c) A educação se constrói à duras penas.
d) Recorrer à métodos pedagógicos alternativos é fundamental.
e) É importante criar discussões à cerca do ensino.

8. IBFC
O trecho abaixo transcrito revela a insatisfação de LI-HU ANG-PÔ, vice-rei de Cantão, com o seu exército. Utilize-o para responder à questão.

“O vice-rei, porém, não parecia satisfeito. Notava hesitações, falta de élan na tropa, rapidez e exatidão nas evoluções e pouca obediência ao comando em chefe e aos comandados particulares; enfim, pouca eficiência militar naquele exército que devia ser uma ameaça à China inteira, caso quisessem retirá-lo do cômodo e rendoso lugar de vice-rei de Cantão.
Comunicou isto ao general, que lhe respondeu:
- É verdade o que Vossa Excelência Reverendíssima, Poderosíssima, Graciosíssima, Altíssima e Celestial diz; mas os defeitos são fáceis de remediar.”

Ao empregar o acento grave, deve-se considerar a relação de dependência entre termos. Em “ameaça à China inteira”, a presença do acento grave justifica-se em função do mesmo contexto linguístico verificado em:

a) Vou à feira.
b) Estou apta à tarefa.
c) Saiu às dez horas.
d) Cortou o cabelo à Roberto Carlos.

GABARITO
1. A
2. D
3. B
4. D
5. B
6. A
7. B
8. B
Fonte:http://portuguesemfoco.com/crase-8-exercicios-de-crase-para-voce-treinar/#

Identifique o aposto e o vocativo nas frases abaixo:

01. Chegou a hora da verdade, amigos. ________________________________

02. Cuidado com o carro, seus loucos! _________________________________

03. O senador foi à festa com a namorada, Marcia._______________________

04. Acorda, São Paulo. _____________________________________________

05. Pedro II, ex-imperador do Brasil, foi deportado._______________________

06. A ordem, meus amigos, é a base do Exército.________________________

07. Mário possui três filhas: Janaína, Vitória e Bruna.______________________

08. Obrigado, doutor._______________________________________________

09. Deus, tenha piedade de nós!______________________________________

10. Ele me disse apenas isso: a nossa amizade acabou.____________________

11. Médico pobre, o Dr. Bento andava sempre a cavalo.___________________

12. Correi, correi, ó lágrimas saudosas! (F. Varela)_______________________

13. Olá, meu rapaz, isto não é vida! (M. Assis)___________________________

14. Pedro, meu irmão, foi eleito deputado.______________________________

15. Fiquemos no assunto, minha gente.________________________________

16. Helena, a menina que encontramos, estava triste._____________________

17. Ontem, segunda-feira, passei o dia com dor de cabeça._________________

18. Ó céus, ouvi a minha prece.______________________________________

19. Libertai-me, Senhor, de todos os males!_____________________________

20. A morte, angústia de quem vive, ocorre ao acaso._____________________

21. A pesquisa analisou dois grupos: crianças e adolescentes._______________

22. Malandro, pare com isso!_________________________________________

23. A melhor praia de Salvador é a de São Tomé.________________________

24. A cidade de São Paulo é muito famosa.______________________________

25. Vocês por aqui, meninos?!________________________________________

26. Desejo uma única coisa: que plantem novas árvores.__________________

27. Vento, chuva, nada o impediu de cumprir sua missão._______________

28. Tenho certeza, amigos, de que isso vai acabar bem.___________________

29. Ela correu durante uma hora, sinal de preparo físico.___________________

30. Cardoso, eu não quero contrariar você.______________________________

31. Dona Aida servia o patrão, pai de Marina, menina levada._______________

32. Serenai, verdes mares! (A. Arinos)_________________________________

33. Onde estão os soldados que vão desfilar, Coronel?_____________________

34. Parabéns, leitor.________________________________________________


CHARADAS RESOLVIDAS - PONTUAÇÃO

1) Um navio holandês entrava no porto um navio inglês — Essa frase não deve ser pontuada; entrava não é do verbo entrar, mas sim o presente do indicativo de entravar. Seria algo assim como "Um navio holandês atrapalha no porto um navio inglês". Se quiseres, podes colocar "no porto" entre vírgulas, por se tratar de um adjunto adverbial deslocado, ou deixá-lo assim mesmo, devido à sua pequena extensão.

2) Voar da Europa à América uma andorinha só não faz, verão — Novamente uma charada que se baseia no equívoco entre duas formas homógrafas: verão é a 3ª pessoa do plural do Presente do Indicativo de ver; nosso ouvido, no entanto, é sugestionado pelo velho provérbio "Uma andorinha só não faz verão".

3) Um fazendeiro tinha um bezerro e a mãe; do fazendeiro era também o pai do bezerro — Essa é de Almanaque do Biotônico. O fazendeiro tinha um bezerro e a mãe [do bezerro — entenda-se: Dona Vaca]; o pai do bezerro [o touro] era também do fazendeiro. A construção é caprichosa, mas vale a intenção. 

4) a charada das três irmãs.

Veja como o namorado indeciso entre as três belas irmãs pontua seu poema de quatro maneiras diferentes: 

a) O poeta confessa seu amor por Soledade:

Se consultar a razão,
digo que amo SOLEDADE.
Não Lia, cuja bondade
ser humano não teria.
Não aspiro à mão de Iria, 
que não tem pouca beldade.

b) O poeta confessa seu amor por Iria:

Se consultar a razão,
digo que amo Soledade?
Não! Lia, cuja bondade
ser humano não teria?
Não! Aspiro à mão de IRIA, 
que não tem pouca beldade.

c) O poeta confessa seu amor por Lia: 

Se consultar a razão,
digo que amo Soledade?
Não! LIA, cuja bondade
ser humano não teria.
Não aspiro à mão de Iria, 
que não tem pouca beldade.

d) O poeta está hesitante entre as três: 

Se consultar a razão,
digo que amo Soledade?
Não Lia, cuja bondade
ser humano não teria?
Não aspiro à mão de Iria, 
que não tem pouca beldade?

Não sei quem é o autor da charada. Eu a encontrei nos excelentes Exercícios de Português, de M. Cavalcanti Proença, escritos no fim da década de 50 para os cursos de oratória e redação da Academia Militar das Agulhas Negras, famosa pela qualidade e pelo rigor de seu ensino de Português.


AVALIAÇÃO DE PORTUGUÊS

TEXTO: PROTESTO TÍMIDO

Ainda há pouco eu vinha para casa a pé, feliz da minha vida e faltavam dez minutos para a meia-noite. Perto da Praça General Osório, olhei para o lado e vi, junto à parede, antes da esquina, algo que me pareceu uma trouxa de roupa, um saco de lixo. Alguns passos mais pude ver que era um menino.

Escurinho de seus seis ou sete anos, não mais. Deitado de lado, braços dobrados como dois gravetos, as mãos protegendo a cabeça. Tinha os gambitos também encolhidos e enfiados dentro da camisa esburacada, para se defender contra o frio da noite. Estava dormindo, como podia estar morto. Os outros, como eu, iam passando sem tomar conhecimento de sua existência. Não era um ser humano, era um bicho, um saco de lixo mesmo, um traste inútil, abandonado sobre a calçada. Um menor abandonado.

Quem nunca viu um menor abandonado? A cinco passos, na casa de sucos de frutas, vários casais de jovens tomavam suco de frutas, alguns mastigavam sanduíches. Além, na esquina da praça, o carro da radiopatrulha estacionado, dois boinas-pretas conversando do lada de fora. Ninguém tomava conhecimento da existência do menino.

Segundo as estatísticas, como eles existem nada mais nada menos que 25 milhões no Brasil, que se pode fazer? Qual seria a reação do menino se eu o acordasse para lhe dar todo o dinheiro que trazia no bolso? Resolveria o seu problema? O problema do menor abandonado? A injustiça social?

 A injustiça não se resolve/ À sombra do mundo errado/ Murmuraste um protesto tímido/...’( Versos de Carlos Drummond de Andrade- Consolo na praia )

Então vim para casa, os versos do poeta se repetindo em minha cabeça. Não sou poeta e minha prosaica competência se limita a esse retângulo impresso, onde me cabe escrever amenidades de todo dia, para distrair o leitor. E convenhamos que não é nada ameno como assunto um menor abandonado que me pareceu a poucos passos um simples monte de lixo. Remover esse lixo? Pagar a taxa da Comlurb? Ou seria melhor incinerar? Dizem os entendidos que o problema é de ordem econômica, ou seja, mais de ordem técnica que de ordem moral. Precisamos enriquecer o país, produzir, economizar divisas, combater a inflação, pechinchar. O Brasil é feito por nós. Com isso, todos os problemas se resolverão, inclusive o do menor abandonado.

Vinte e cinco milhões de menores ___ um dado abstrato, que a imaginação não alcança. Um menino sem pai nem mãe, sem sequer o que comer nem onde dormir ___ isto é um menor abandonado. Para entender, só mesmo imaginando meu filho largado no mundo aos seis, oito, dez anos de idade, sem ter para onde ir nem para quem apelar. Imagino que ele venha a ser um desses que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e lanchonetes e nos importunam cutucando-nos de leve ___ gesto que nos desperta mal contida irritação ___ para nos pedir uns trocados. Não temos disposição sequer para olhá-lo e simplesmente o atendemos ( ou não) para nos livrarmos depressa de sua presença incomoda. Com o sentimento que sufocamos no coração, escreveríamos toda a obra de Dickens. Mas estamos em pleno século vinte e um, vivendo a era do progresso para o Brasil, conquistando um futuro melhor para nossos filhos. Até lá, que o menor abandonado não nos chateie, isso é problema para o juizado de menores. Mesmo porque são todos delinquentes, pivetes na escola do crime, cedo terminarão na cadeia ou crivados de balas pelo Esquadrão da Morte.

Pode ser. Mas a verdade é que hoje eu vi meu filho dormindo na rua, exposto ao frio da noite, e além de nada ter feito por ele, ainda o confundi com um monte de lixo.

( Fernando Sabino )

1 -Leia a frase a seguir e observe a palavra destacada :”... que me pareceu a poucos passos um simples monte de lixo.” As palavras “passo” e “paço” são homônimas(palavras com a mesma pronúncia e, às vezes, a mesma grafia, mas sentidos diferentes).

1-Relacione as palavras homônimas a seus significados.

a-cismo g- cegar ( ) inflexão de voz ( ) subir
b-sismo h- segar ( ) marcar o preço ( ) imposto
c- taxa i- acender ( ) penso ( ) tornar cego
d- tacha j- ascender ( ) pôr fogo ( ) prego pequeno
e- acento l- apreçar ( ) lugar para sentar-se ( ) acelerar
f- assento m- apressar ( ) terremoto ( ) cortar

2-Observe: “... as mãos protegendo a cabeça.” A palavra destacada pode ter vários significados(polissemia). Escreva os diferentes significados dados à palavra “cabeça”nas frases abaixo.

a- Não tenho cabeça para decorar tudo isso.
________________________________________________________________

b- Paulo é o maior cabeça da classe.
________________________________________________________________

c- Pense antes de agir! Tenha cabeça!
________________________________________________________________

d- O menino era o cabeça da turma.
________________________________________________________________

e- Ele raspou a cabeça.
________________________________________________________________

3 -Qual é o tema central do texto?
________________________________________________________________

4 - Assinale a alternativa que define o tipo de narrador do texto.

( ) Narrador onisciente ___ Em terceira pessoa, não participa dos fatos, mas sabe e relata o que as pessoas sentem.
( ) Narrador-personagem ___ Em primeira pessoa, participa dos fatos e os relata de acordo com o seu ponto de vista.
( ) Narrador-observador ___ Em terceira pessoa, não participa dos fatos e se limita a contá-los 

5- Releia os parágrafos solicitados e classifique-os em: Narração- relato de fatos; Dissertação- exposição de ideias.

a- parágrafo 1-___________________________________________________
b- parágrafo 3-___________________________________________________
c- parágrafo 4-____________________________________________________
d- parágrafo 5-____________________________________________________

6 –A leitura do texto permite concluir que, de acordo com o ponto de vista do narrador:

( ) as crianças abandonadas são todas delinquentes.
( ) as crianças abandonadas são fruto das injustiças sociais.
( ) o problema das crianças abandonadas diz respeito ao juizado de menores.

 7 -No final do segundo parágrafo, como o narrador descreve a criança que encontrou dormindo na rua?
________________________________________________________________________________________________________________________________

8 -Argumentando sobre os problemas do menor abandonado, o narrador expressa seus sentimentos em relação ao assunto. Quais são esses sentimentos? Escreva nos parênteses.

-ironia - indiferença - ceticismo - impotência - indignação
a- “ Outros, assim como eu, iam passando sem tomar conhecimento de sua existência”
( _______________________________________ )

b- “Segundo as estatísticas, como ele existem 25 milhões no Brasil, que se pode fazer?”
( _______________________________________ )

c- “Não sou poeta e minha prosaica competência se limita a este retângulo impresso...
( _______________________________________ )

d- “Mas estamos em pleno século 21, vivendo a era do progresso para o Brasil, conquistando um futuro melhor para os nossos filhos.”
( ______________________________________ ) 

e- “Remover este lixo?”
(______________________________________) 

 9 -No quinto parágrafo, o narrador expõe o pensamento dos entendidos quanto à razão do menor abandonado. Que razão é essa?
________________________________________________________________

10 - O narrador fala seriamente ou está sendo irônico quando diz: “ Precisamos enriquecer o país, produzir, economizar divisas, combater a inflação, pechinchar. Com isso, todos os problemas se resolverão, inclusive o do menor abandonado.”? Justifique sua resposta.
________________________________________________________________________________________________________________________________

11 - Em qual parágrafo predomina a descrição? O que é descrito? Comprove sua resposta.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

12 – “... que se esgueiram como ratos em torno aos botequins e lanchonetes ...”, a palavra destacada estabelece uma relação de: ( ) proporção, ( ) finalidade, ( ) condição, ( ) tempo,( ) comparação, ( ) causa, ( ) consequência.

13 - “Ou seria melhor pagar melhor incinerar”, “... e nos importunam cutucando-nos de leve...”

Mas a verdade é que hoje vi meu filho dormindo na rua.”, “... se eu o acordasse para lhe dar todo o dinheiro...”

Assinale a alternativa verdadeira, observando as palavras em destaque. De acordo com o que expressam temos, respectivamente, orações:

( ) alternativa, explicativa, aditiva, condicional

( ) conclusiva, adversativa, alternativa, condicional

( ) alternativa, aditiva, adversativa, condicional

( ) condicional, alternativa, explicativa, aditiva. 


TEXTO: EM MAUS LENÇÓIS

Eu tinha apenas quatorze anos quando fugi de casa pela primeira vez. Não suportando a tensão que me aniquilava, efeito das perseguições e xingamentos incessantes, tratei de escapulir. Frequentava o ginásio, mas, entre os meus colegas, considerava-me perseguido e humilhado. No meu lar não tinha liberdade para nada, vivia confinado, aguentando ameaças e descomposturas; na escola sempre preterido, por este ou aquele pretexto, rejeitado até nas atividades esportivas de que tanto gostava. Sempre o pior trajado, o uniforme sovadíssimo, de um amarelo desbotado, horrível, e os sapatos estropiados, desmanchando-se. Era tempo de guerra, havia crise. Mas eu não compreendia isso: meus colegas vestiam-se bem. O pior mesmo eram as xingações, as invectivas.

Ela bradava com frequência:


___ Você anda jogando buzo com os botões da calça! Não é capaz de andar arrumado, limpo, moleque sem-vergonha!O seu fim vai ser triste, bruaco!...

Ele corroborava, mesmo à mesa das refeições:

___ Você não merece o feijão que come, pedaço de asno, ignorante!...

Não aguentei. Meti algumas peças de roupa dentro da bolsa escolar e, ao invés de dirigir-me ao ginásio, emboquei num ônibus estacionado na rodoviária. Vazio, aguardava horário de partida e, também, os passageiros que dia a dia minguavam. Não me foi difícil, pois, passar despercebido. Encaracolado atrás do encosto do último assento, esperei ansiosa e nervosamente a partida: minha independência. Apesar de ter sido bem-sucedido naquela estratégia comum de fuga, não driblei por muito tempo o fracasso. Na madrugada imediata, enquanto eu dormia no banco de uma jardineira carunchenta, abandonada nas proximidades de um posto de gasolina, fui descoberto por um bate-pau e prontamente conduzido ao xadrez. Sem mais cerimônias, cortaram-se as asas e meteram-me na gaiola. Permaneci várias semanas ali esquecido, sem jamais ser interrogado, e sem ninguém dar-se pela presença de uma criança na cadeia pública. Tinha, aliás, por companheiro, um outro garoto, mais ou menos de minha idade, que já se achava preso há mais tempo.Também fora encontrado a sós e metido a ferros. Era necessário limpar as ruas da progressista comarca, dar segurança e tranquilidade aos seus moradores ordeiros e pacatos. Ao reclamar da situação, o carcereiro, bocejando de tédio, respondeu-me:

___ Quando vier o novo delegado, ele resolve...

___ E eu? Perguntou Giba.

___ Está na mesma... Dependo do delegado que vier. Às vezes vem logo, às vezes não...

Em tal expectativa passamos tempo considerável.

( Antônio Machetti )


ESTUDO DO VOCABULÁRIO


1- Substitua as palavras destacadas por outras com o mesmo significado, de acordo com o contexto do texto.

a- “Não suportei a tensão que me aniquilava.”
________________________________________________________________

b- “Eu vivia confinado, aguentando ameaças e descomposturas.”
________________________________________________________________

c- “O pior mesmo eram as xingações, as invectivas.”
________________________________________________________________

d- “Os sapatos estropiados desmanchavam-se.”
________________________________________________________________


2- Dê o significado das expressões em destaques.

a- “Você não merece o feijão que come”. 
________________________________________________________________


b- “Fui descoberto por um bate-pau e metido a ferros.”
________________________________________________________________

3- Reescreva as frases, substituindo as palavras em destaque pelo sinônimo que aparece no texto.

a-“ Entrei num ônibus estacionado ...”
________________________________________________________________


b- “Os passageiros dia a dia escasseavam.”
________________________________________________________________


c- “Enrolado atrás do último ...”
________________________________________________________________


d- “Ele confirmava, mesmo à mesa das refeições.”
________________________________________________________________


COMPREENSÃO DO TEXTO


1- Quem é o narrador do texto?
________________________________________________________________


2- O que ele nos conta?
________________________________________________________________


3- O que a personagem central fazia antes de abandonar o lar?
________________________________________________________________


4- Por que resolveu fugir?
________________________________________________________________


5- Por que era perseguido e humilhado pelos colegas?
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6- O que aconteceu ao rapaz, quando fugiu de casa?
________________________________________________________________


7- Por que fracassou na sua tentativa de fuga?
________________________________________________________________


8- Sua situação se resolveu de imediato? Por quê?
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9- O garoto voltou para casa? Se voltou tentou fugir novamente? Justifique sua resposta com um trecho do texto.
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10- Assinale, a fuga é consequência:

a- do fato de ele ser mal compreendido e humilhado em casa?
b- de ele não ter liberdade?
c- de ele ser um menino rebelde?

11- Quem é Giba?
________________________________________________________________


12- Onde o rapaz estava e o que fazia, quando foi trancafiado na cadeia?
________________________________________________________________

13- Retire do texto expressões que mostrem o tempo da narrativa.
________________________________________________________________

14- “Você não merece o feijão que come, pedaço de asno, ignorante!..”. Quem dizia isso ao rapaz?
________________________________________________________________


15- O que você acha das atitudes dos colegas? Justifique sua resposta.
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16- Explique o título do texto.


AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA

TEXTO: “OS SEMEADORES DA VIA LÁCTEA”

*Os alienígenas humanóides

Nove estranhos seres o fitavam. Não eram humanos. Nem robôs. Alex presumiu que se tratava de alienígenas humanóides.

(...) Alguns eram branco-pálidos, outros esverdeados. Todos pareciam ter recebido banhos de bílis, cujos pigmentos amarelados haviam aderido ao corpo, como sardas.

Possuíam cabeça, tronco e membros. Inteiramente carecas, tinham apenas um olho no meio da testa. Esse detalhe abalou Alex; mais chocado ficou quando descobriu que possuíam um segundo olho na parte traseira da cabeça. Deviam ter cérebros privilegiados para captar e interpretar sinais em um círculo de 360 graus.

Não contavam com sobrancelhas nem barbas. Os narizes eram finíssimos e alongados. Das narinas saiam chumaços de pelos arruivados. Era a única parte visível dos seus corpos com pelos.

*Revelações sobre viagens dos discos voadores

Grins dissera extra ordinária, separando a palavra, dando à frase um sentido duplo e contraditório. Seria um ET irônico, trocadilhista e gozador. Mas Alex precisava de informações e fora ele o escolhido para responder.

__ Quantas vezes os skissianos visitaram a Terra? __ perguntou Alex.

__ Três __ disse Grins. __ A primeira, pelo calendário de vocês, em 1789.

__ Esse ano foi fundamental para a História da Humanidade. A partir daí tudo mudou. Sobrevoaram Paris?

__ Sobrevoamos.

__ Notaram algo de anormal?

__ Morticínios. Pancadarias. Tiroteios. Sangue. Cabeças guilhotinadas. Arruaças. Bandeiras desfraldadas.. Nada sério. Briguinhas internas, sem importância. Como nosso critério de avaliar o adiantamento de uma civilização é a tecnologia espacial e o sentimento de integração dos seres vivos ao cosmos, nada do que observamos nos interessou. A matança parisiense provou que o homem se encontrava numa idade mental primitiva. Marcamos em nossa agenda para retornar à Terra após 3000 anos... Pelos nossos cálculos era um tempo suficiente para o homem civilizar-se.

__ Por que se anteciparam?

__ Uma das nossas sondas de observação astronômica que percorre a Via Láctea incessantemente registrou grande luminosidade na Terra em 1945. ao analisar as imagens, nossos cientistas se surpreenderam com essa novidade cósmica. Mandamos à Terra a espaçonave Scanfs Digs __ cujo nome significa cidade voadora __ com 99 pesquisadores. Em 1960 sobrevoamos o planeta com seis discos voadores, enquanto a nave mãe permanecia em órbita terrestre. Filmamos campos e cidades. Ficamos impressionados com o progresso da Terra! Em menos de dois séculos vocês haviam inventado artigos de grande utilidade, como cachorro-quente, margarina, café solúvel, batata frita...

__ Pera lá! __ interrompeu Alex. __ Não cuidamos apenas da culinária.

__ Não quis dizer isso __ continuou Grins. __ Vocês também inventaram metralhadoras, granadas de mão, bomba atômica...

__ Não fabricamos apenas armas de guerra __ protestou Alex. __ Houve quem se preocupasse por outras coisas... Que me diz do avião?

__ Seu patrício Santos Dumont goza de muito prestígio entre nós __ continuou Grins. __ Se ele tivesse se submetido a intervenções cirúrgicas de amputações de dedos, transferência da posição dos olhos, implantação de novo sexo, teria se transformado num skissiano autêntico! Seria um dos nossos heróis espaciais!

__ E quanto à luminosidade de 1945? Não vai dizer que foi a bomba atômica! __ falou Alex, sem dar importância ao nonsense de Grins.

__ Tenho a desagradável obrigação de dizer que foi. Os terrestres não têm ideia da radiação nefasta que viaja pelo espaço sideral, devido a esse terrível artefato... Se continuarem com essa fúria de destruição, vão infectar a Via Láctea... O Universo inteiro...

Os dois ficaram em silêncio. Com ironia e galhofa, Grins apresentara temas muito sérios para meditação.

__ E aí? O que fizeram?

__ Deixamos ao redor da Terra sondas de captação de rádio e televisão e voltamos para Skiss. No trajeto entre o seu e o meu planeta colocamos no interespaço uma rede com nove estações retransmissoras de imagens e sons. Durante anos gravamos e estudamos programas de vários países da Terra. Trinta e três especialistas decodificaram, traduziram e catalogaram tudo o que havíamos recebido.

__ O que aconteceu com esse material?

__ Depois de detalhada análise, o grupo recomendou a imediata destruição de 100% dos programas de rádio. E a incinerarão de 99% dos programas de televisão. Mesmo assim sobrou 1% de natureza educativa, o suficiente para entendermos a evolução da Terra, desde o começo até hoje.

__ E onde está esse material? __ interessou-se o terráqueo.

Grins dirigiu-se à parede escamoteável. Abriu-a e dela tirou uma latinha semelhante à conhecida de Alex.

__ Aí está __ disse Grins, abrindo o objeto.

Alex contou 37 cigarrinhos brancos, presos a encaixes, parecidos com os carretéis de linha que sua mãe guardava na caixa de costura.

__ Toda a cultura e a história da Terra encontra-se aí? __ duvidou Alex, entre incrédulo e decepcionado.

__ Toda... __ confirmou Grins.

( Paulo Rangel – “Os semeadores da Via Láctea”)

VOCABULÁRIO

BÍLIS –líquido esverdeado e amargo segregado pelo fígado / CONTRADITÓRIO-oposto, ambíguo / NONSENSE- expressão inglesa que significa não ter sentido / TROCADILHISTA- pessoa que faz trocadilho, jogo de palavras parecidas no som e diferentes no significado.

1- Relacione as palavras destacadas aos seus significados.

a- zombaria, gracejo b- que causa desgraça c- descrente d- genuíno


( ) “Os terrestres não têm ideia da radiação nefasta...”

( ) “... teria se transformado num skissiano autêntico!”

( )... duvidou Alex, entre incrédulo e decepcionado.”

( ) “Com ironia e galhofa, Grins apresentara temas muito sérios para meditação.”


2- Relacione as palavras a seus significados, escrevendo-as nos parênteses.

ARTEFATO – INCINERAÇÃO- ESCAMOTÁVEL- CÓSMICA

A-( ) ... nossos cientistas se surpreenderam com essa novidade que pertence ao Universo.
b- ( ) ... devido a esse terrível objeto.
c- ( ) Grins dirigiu-se à parede que podia desaparecer sem que ninguém percebesse.
d- ( ) E a queima até reduzir a cinzas de 99% dos programas de televisão.


3- O texto começa com a descrição dos extraterrestres. Descreva:

a- sua aparência:_________________________________________________
b- seus olhos:____________________________________________________
c- seu rosto:______________________________________________________
d- seus narizes:___________________________________________________

4- Qual a hipótese levantada pelo narrador quanto à localização dos olhos dos alienígenas e sua influência no cérebro?
________________________________________________________________

5- Quando os skissianos visitaram a Terra em 1789, viram morticínios, pancadarias, tiroteios, sangue, arruaças. Por que nada disso foi considerado importante para eles?
________________________________________________________________________________________________________________________________

6- Responda às perguntas relacionadas ao tempo em que a ação se desenrolou.

a- Os skissianos visitaram a Terra pela primeira vez em 1789. Por que marcaram para retornar após 3000 anos?
________________________________________________________________


b- Por que anteciparam a volta para 1945?_____________________________
________________________________________________________________

c- O que fizeram em 1960?__________________________________________

7- O que Alex achou das considerações de Grins a respeito de Santos Dumont?
_______________________________________________________________


8- Identifique nas falas das personagens o que é uma hipótese e o que é a narração de um fato.

a- ( ___________________) “___ Uma das nossas sondas de observação astronômica... registrou grande luminosidade na Terra em 1945.”

b- ( __________________) “Se continuarem com essa fúria de destruição, vão infectar a Via Láctea...”

9- O que aconteceu com o material que eles coletaram na Terra? Por quê?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


10- Qual o problema abordado no texto?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________



TEXTO: A DESCOBERTA DO MUNDO

O que eu quero contar é tão delicado quanto a própria vida. E eu queria poder usar a delicadeza que também tenho em mim, ao lado da grossura de camponesa que é o que me salva.

Quando criança, e depois de adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um ambiente, por exemplo, em aprender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de precoce, estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo atrasada em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce jamais.

Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e uma mulher, da qual nascem os filhos. Ou será que eu adivinhava mas turvava minha possibilidade de lucidez para poder, sem me escandalizar comigo mesma, continuar em inocência a me enfeitar para os meninos? Enfeitar-me aos onze anos de idade consistia em lavar o rosto tantas vezes até que a pele esticada brilhasse. Eu me sentia pronta, então. Seria a minha ignorância um modo sonso e inconsciente de manter ingênua para poder continuar, sem culpa, a pensar nos meninos? Acredito que sim. Porque eu sempre soube de coisas que eu nem mesmo sei que sei.

As minhas colegas de ginásio sabiam de tudo e inclusive contavam anedotas a respeito. Eu não entendia mas fingia compreender para que elas não me desprezassem e à minha ignorância.

Enquanto isso, sem saber da realidade, continuava por puro instinto a flertar com os meninos que me agradavam, a pensar neles. Meu instinto precedera a minha inteligência.

Até que um dia, já passados os treze anos, como só então eu me sentisse madura para receber alguma realidade que me chocasse, contei a uma amiga íntima o meu segredo: que eu era ignorante e que fingira de sabida. Ela mal acreditou, tão bem eu havia antes fingido. Mas terminou sentindo minha sinceridade e ela própria encarregou-se ali mesmo na esquina de esclarecer o mistério da vida. Só que ela também era uma menina e não soube falar de um modo que não ferisse a minha sensibilidade de então. Fiquei paralisada olhando para ela, misturando perplexidade, terror, indignação, inocência mortalmente ferida. Mentalmente eu gaguejava: mas por quê? Mas para quê? O choque foi tão grande – e por uns meses traumatizante – que ali mesmo na esquina jurei alto que nunca ia me casar.

Embora meses depois esquecesse o juramento e continuasse com meus pequenos namoros.

Depois, com o decorrer de mais tempo, em vez de me sentir escandalizada pelo modo como a mulher e um homem se unem, passei a achar esse modo de uma grande perfeição. E também de grande delicadeza. Já então eu me transformara numa mocinha alta, pensativa, rebelde. Tudo misturado a bastante selvageria e muita timidez.

Antes de me conciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que poderia ter sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de contar como era o amor. Esse adulto saberia como lidar com uma alma infantil sem martirizá-la com a surpresa, sem obrigá-la a ter toda sozinha que se refazer para de novo aceitar a vida e os seus mistérios.

Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber tudo, o mistério continuou intacto. Embora eu saiba que de uma planta brota uma flor, continuo surpreendida com os caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é pudor apenas feminino. Pois juro que a vida é bonita. ( Clarice Lispector )

VOCABULÁRIO:

PRECOCE: PREMATURO / TURVAR: TOLDAR, ESCURECER / INTACTO: INTEIRO / LUCIDEZ: CLAREZA, PERSPICÁCIA / PUDOR: VERGONHA /SONSO:FINGIDO, DISSIMULADO / PRECEDER: REVELAR-SE ANTES DE...

1- Por que o texto tem o título “A descoberta do mundo”?
________________________________________________________________________________________________________________________________

2- A que a narradora se refere quando menciona “os fatos da vida”?
________________________________________________________________________________________________________________________________

3- Como se sentia a narradora em relação às colegas? E como se comportava diante delas?
________________________________________________________________________________________________________________________________

4- Qual o caminho imediato que encontrou para suprir sua ignorância?
________________________________________________________________________________________________________________________________

5- Como a narradora se descreve psicologicamente e fisicamente?
________________________________________________________________________________________________________________________________

6- A narradora se diz atrasada em relação a certos fatos da vida e se diz precoce em relação a outros. Em que consistia sua precocidade?
________________________________________________________________________________________________________________________________

7- Como ela explica o fato de continuar, mesmo adulta, ainda atrasada em muitos terrenos?
________________________________________________________________

8- Como a narradora se sentiu quando ouviu as explicações dadas pela colega? Por quê?________________________________________________________________________________________________________________________________

9- Por que a narradora demorou tanto para reunir coragem e fazer a pergunta à amiga?________________________________________________________________________________________________________________________________

10- Que descoberta você acha que a narradora fez que a deixou tão chocada?
________________________________________________________________

11- O que a narradora quer dizer com: “ a vida é bonita”, o que é bonito?
________________________________________________________________________________________________________________________________


EXERCITANDO SUJEITO E PREDICADO!

1- Siga o código e sublinhe o sujeito, se estiver expresso.
(1) Sujeito simples
(2) Sujeito composto
(3) Sujeito oculto
(4) Sujeito indeterminado
(5) Oração sem sujeito
( ) Professor, querem sair mais cedo.
( ) Amigos e inimigos verdadeiros estão sempre atentos.
( ) Alguém bateu à porta.
( ) Trata-se de uma matéria importante.
( ) Não gostei!
( ) Há alunos lindíssimos nesta sala.
( ) Vende-se esta casa.

2- Classifique o predicado das orações abaixo, usando o seguinte código:
(V) Verbal
(N) Nominal
(VN) Verbo-Nominal
( ) Ele está feliz.
( ) Ele está aqui.
( ) Ele saiu do estádio.
( ) Ele está aborrecido.
( ) Aborrecido, ele saiu do estádio.
( ) Mariana encontrou os primos.
( ) Célia encontrou as crianças apavoradas.
( ) O sol surgiu no horizonte.
( ) Os compradores consideraram a proposta razoável.
( ) A falta de perspectiva deixa o povo desesperado.
( ) Sempre o consideraram como louco.
( ) Cheguei ofegante à porta da cantina.
( ) Consideraram neutra a posição do juiz.
( ) Tu pisavas nos astros.
( ) Tu pisavas nos astros distraída.
( ) O vento virou a canoa.
( ) A moça virou freira.

3- Classifique, conforme o código.
(a) Predicativo do sujeito
(b) Predicativo do objeto
( ) Otelo estava furioso.
( ) A nota deixou triste a aluna.
( ) Cheguei ofegante à escola.
( ) Acho sua atitude imperdoável.
( ) As noite chegaram frias.
( ) Chamaram o jogador de covarde.

4- Transforme o predicado verbal em predicado verbo-nominal.
a-Os jovens trabalhavam no laboratório._______________________
b-As crianças corriam pelo gramado.__________________________
c-Ele deixou-se ficar no sofá da sala.___________________________
d-A família almoçou na varanda naquele domingo.________________
e-Os jogadores deixaram o estádio.____________________________
f-O professor deixou o aluno._________________________________


AVALIAÇÃO - COLOCAÇÃO PRONOMINAL

1. Aponte o erro de colocação pronominal.
a) Quero-lhe bem.
b) O que me disseram está errado.
c) Me empreste o lápis.
d) Embora o aguardasse, não tinha esperança.
e) Não o vi.

2. “Farei-te um bom preço, mas não me fales sobre isso a ninguém.” Em relação à colocação pronominal, podemos afirmar que:
a)Farei-te está correto.
b) Não me fales está errado.
c) Não me fales está certo, mas poderia ser não fales-me.
d) Não há erro de colocação.
e) Farei-te está errado.

3. Assinale a frase com erro de colocação.
a) Assim que o avistamos, fomos a ele.
b) Traga-me aquilo.
c) Roberto, me perdoe.
d) Fá-lo-ás sorrir de novo.
e) Espero que te avisem.

4. Aponte a frase sem erro de colocação.
a) Desejo lhe contar algo.
b) Te maltrataram?
c) Marcos levantou-se.
d) Levarei-o logo.
e) Tudo agrada-lhe naquela casa.

5. Só não há erro de colocação pronominal em:
a) Muitos aplaudiram-no.
b) A jovem que esperava-nos foi embora.
c) Tinham falado-me sobre o resultado.
d) Jamais comprá-lo-emos dele.
e) Tudo saiu conforme nos fora explicado.

6. A frase que contraria a norma culta quanto à colocação pronominal é:
a) Eu lhe falaria assim.
b) Estou-me acostumando.
c) Eu falar-lhe-ia assim.
d) Me estou acostumado.
e) Estou acostumando-se.

7. Assinale o erro de colocação pronominal.
a) Ninguém a perturbará.
b) Se nos acompanharem, ficaremos felizes.
c) Mauro pretende te escutar.
d) Carlos havia dito-me que eu fora aprovado
e) Deus o abençoe

8-Encontra-se em evidência o poema de Oswald de Andrade. Sua tarefa consistirá em analisá-lo e responder ao que se pede:

Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

a – Em se tratando da gramática normativa em relação à colocação pronominal, qual foi a intenção do autor diante de sua criação?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9-O anúncio publicitário pauta-se pelos seguintes dizeres:

"Não aproxime-se do local. Perigo constante!"

A – Levando em consideração o padrão formal da linguagem, o mesmo está de acordo com os preceitos que o regem? Justifique sua resposta.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10- Reescreva as frases empregando, de acordo com a variedade padrão, os pronomes oblíquos átonos entre parênteses:

a – O dono do estabelecimento recebeu carinhosamente. (nos)
b – Que Deus proteja, filho! (o)
c – Olhou no espelho e percebeu que estava ainda mais jovem. (se)
d – Qual dos alunos candidataria à vaga de representante de sala? (se)
e – Enviarei as encomendas conforme o pedido. (lhe)
a- ____________________________________________________________

b- ____________________________________________________________

c- _____________________________________________________________

d- ____________________________________________________________

e- ____________________________________________________________


11- Quando -------- as provas, ----------imediatamente.
a – lhes entregarem – corrijam-as.
b -- lhes entregarem – corrijam
c – entregarem-lhes – corrijam-as
d – entregarem-lhes – as corrijam
e – lhes entregarem – corrijam-nas

12- Dê o conceito de próclise, mesóclise e ênclise e dê um exemplo.

próclise:_________________________________________________________________________________________________________________________

mesóclise:_______________________________________________________________________________________________________________________

ênclise:__________________________________________________________________________________________________________________________



LEIA ATENTAMENTE O TEXTO ABAIXO E, EM SEGUIDA, FAÇA O QUE SE PEDE.

Um papo gostoso depois um susto

Quase refeito da correria e do medo, Helinho analisou sua situação. Alguns minutos antes, estava com fome e não podia pagar nem um sanduíche. Agora, continuava faminto, mas além do dinheiro para o sanduíche tinha uma boa maçã para a sobremesa. Impaciente, decidiu começar pela sobremesa e cravou os dentes na fruta.

Tomando cuidado para não se aproximar da praça, onde podia estar ainda seu perseguidor, pôs-se a procurar um carrinho de cachorro-quente. Entrando numa rua estreita, o primeiro rosto que viu, logo na esquina, foi o do garoto sujo de olhos remelentos. Sentado na calçada, ele descascava uma laranja. Ao lado dele, com as duas sacolas ainda abarrotadas de frutas na colo, estavam os dois outros pequenos ladrões.

Um deles, o que parecia ser o mais velho dos três, era de uma feiura impressionante. Sua testa, os olhos, o nariz e a boca davam a impressão de ter sido apanhados cada um em um rosto, em algum museu de cera, e colados ali com a intenção de provocar o pior efeito possível. Esse conjunto grotesco, empenhado em morder um grande pedaço de melancia, ficava ainda mais feio. O terceiro menino, que aparentava a mesma idade do remelento, uns doze anos, teria um rosto comum, se pudesse ser considerado comum um rosto com uma cicatriz de dez centímetros abaixo do olho esquerdo.

Os três estavam tranquilos, como se nunca tivessem andado nem perto da praça da Sé, nunca tivessem visto uma barraca de frutas e nunca tivessem furtado o dono de nenhuma. Ostentavam não a expressão desconfiada dos ladrões, mas o ar de desafio de garotos travessos. Dando a última mordida na maça, Helinho passou por eles. O remelento chamou a atenção dos outros dois. Os três sorriram e o feioso que tinha jeito de chefe do grupo gritou:

---- Ô gordinho! Até você lucrou a sua frutinha na brincadeira, hem?

Os três riram com gosto. Helinho vacilou. Não sabia se parava ou não. Então o menino da cicatriz chamou:

---- Chega aqui, gorducho. Ajuda a gente a comer esta frutalhada!

Helinho foi chegando, cauteloso. O remelento levantou-se da calçada, deu um passo à frente, estendeu a mão e disse:

---- Muito prazer. Eu sou o Sujinho.

Seus dois companheiros, que continuavam sentados, curvaram a cabeça até quase os joelhos, gargalhando. Depois, o da cicatriz ergueu-se e apertou também a mão de Helinho:

---- Não liga pro nosso jeito não. Nós somos sempre assim. Três patetas. Nós não estamos rindo de você. Estamos gozando desse palhaço. Sujinho? Um Sujão é o que ele é. Isso aí nunca tomou banho na vida. Muito prazer. Meu nome é Bifinho, por causa dessa lasquinha que tiraram da minha cara. Quá, quá, quá.

O feioso se aproximou também e apertou a mão de Helinho.

---- Os patetas são estes dois. Eu sou um cara sério. Meu nome é Simpa. Muito prazer. 

Helinho, que já estava à vontade, revelou o nome aos três:

---- Prazer, pessoal. Eu me chamo Helinho.

E criou coragem até para brincar:

---- Eu já sei por que ele é o Sujinho e por que ele é o Bifinho. Mas achei estranho o seu nome, Simpa. É o nome mesmo ou é o sobrenome?

Bifinho e Sujinho começaram a rir, enquanto Simpa, com cara de ofendido, respondia:

---- Por que eu me chamo Simpa? Pensei que você fosse mais inteligente, gorducho. É só olhar pra minha cara. Simpa quer dizer Simpatia.

Quando acabou de dizer isso, seus dois amigos riram ainda mais forte. Helinho, percebendo que a indignação de Simpa era fingida, riu também. Começava a gostar daquela turma. Um minuto depois, estava sentado com os três na calçada. Bifinho passou--lhe um pedaço de melancia ele, afoito, enterrou os dentes na fruta com tanta vontade que o líquido escorreu imediatamente pelo seu queixo e desceu para o pescoço.

---- Ô Gorducho, cuidado aí! Desse jeito você acaba se afogando --- brincou Sujinho.

---- É, Gorducho. Mais uma dessas, nós vamos precisar buscar os bombeiros pra te salvar. Quá, quá, quá --- completou Simpa.

Helinho percebeu que ninguém ali ia chamá-lo pelo nome. Para todos os efeitos, tinha virado Gorducho. E achou até bom. Já pressentia, naquele momento, que ia se juntar ao grupo. E estava feliz com aquilo.

( Raul Drewnick )

Entenda como Helinho se tornou amigo daqueles três garotos.

Sentindo-se infeliz e incompreendido, Helinho foge de casa e se aventura pelas ruas da cidade. Com fome e sem dinheiro, rouba uma maçã e é perseguido por um sujeito de bigodinho. Sem forças, já aceitando a ideia de se entregar, é acudido por um senhor de cabelos grisalhos e sorriso simpático, que lhe oferece dinheiro para comprar um sanduíche.

VOCABULÁRIO

Abarrotar- encher em demasia Indignação- sentimento de raiva, desprezo
Ostentar- exibir ou mostrar com orgulho 
 Vacilar- perder o controle, ter dúvidas

1- Com qual sentido as palavras destacadas em negrito foram usadas nas frases?

“...e ele afoito, enterrou os dentes na fruta...”( )sem medo ( )apressado, ( )ansioso

“Eu sou um cara sério.” ( ) que não ri ( ) que cuida de suas obrigações

“Quase refeito da correria e do medo...” ( ) restabelecido ( ) corrigido, emendado

2- Relacione as palavras destacadas em negrito a seus significados.

a- “Impaciente, decidiu começar pela sobremesa...” 

b- “Esse conjunto grotesco...” 

c- “..., foi chegando cauteloso.”  

( ) ridículo   ( ) cuidadoso, prudente   ( ) sem paciência 

3- Identifique:


a- narrador – comprove:--------------------------------------------------------------

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

b- discurso – comprove: -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

c- personagens:---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

4- Como o narrador apresenta a personagem Helinho?
-----------------------------------------------------------------------------------------
-----------------------------------------------------------------------------------------

5- Da leitura geral do texto, qual o sentimento expresso no relacionamento dos meninos?

Assinale. ( ) ternura e bom humor ( ) medo e angústia ( ) desconfiança e esperteza

6- Relacione as falas às personagens.

a- o da cicatriz         b- o remelento             c- o feioso

( ) “---- Ô gordinho! Até você lucrou a sua frutinha na brincadeira, hem?”

( ) “---- Chega aqui, gorducho. Ajuda a gente a comer esta frutalhada!”

( ) “---- Muito prazer. Eu sou o Sujinho.”

7- Leia o apelido dos meninos e explique a razão deles.

Sujinho: ------------------------------------------------------------------------------
Bifinho:---------------------------------------------------------------------------------
Simpa:-----------------------------------------------------------------------------

8- Releia os parágrafos 2 e 3 e descreva os meninos que Helinho conheceu na rua.
- 1º menino-...........................................................................................
................................................................................................................

-2º menino-...............................................................................................
................................................................................................................

-3º menino-..............................................................................................
................................................................................................................

9- As crianças tinham humor, eram alegres e brincavam umas com as outras. Qual foi o pressentimento de Helinho?
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- --------------------------------------------------------

10- Classifique os trechos abaixo, usando o seguinte código:

D.O para descrição objetiva e D.S para descrição subjetiva.

( ) “... o garoto sujo de olhos remelentos.”

( ) “... era de uma feiúra impressionante.”

( ) “...em algum museu de cera, e colados ali para causar o pior efeito possível.”

( ) “O terceiro menino, ..., um rosto com uma cicatriz de dez centímetros abaixo do olho esquerdo.”

( ) “O líquido escorreu imediatamente pelo seu queixo e desceu para o pescoço.



Interpretação de texto

É CORDEL ADOLESCENTE, Ó XENTE!

1
Sou mocinha nordestina, 
meu nome é Doralice, 
tenho 13 anos de idade, 
conto e reconto o que disse, 
pois me chamo Doralice, 
sou eu quem vende meu cordel 
nas feiras lindas de longe 
onde a poesia se esconde 
nas sombras do meu chapéu! 
2
Eu falo tudo rimado 
no adoçado da palavra 
no Nordeste feiticeiro; 
no meu jeito brasileiro, 
aqui vim dizer e digo 
que escrevo muito livro 
que pinduro num cordel, 
todo fato acontecido 
eu coloco num papel! 
3
Vim pra feira, noutro dia, 
armei a minha poesia 
num cordel de horizonte. 
Que passava defronte 
daquilo que eu vendia, 
parava e me escutava, 
pois sou mocinha falante, 
declamava o que escrevia! 
4
Contei de uma garota 
que amava um cangaceiro, 
era um tal cabra da peste, 
um valentão do Nordeste 
que montava a Ventania, 
trazia susto e coragem 
por cada canto que ia! 
Virge Maria! 
5
O nome da tal mocinha? 
Não digo...é um segredo, 
escrevo o que não devo, 
invento, pois tenho medo, 
de contar que a tal menina 
era...toda fantasia. 
6
Era moça que esconde 
a tristeza na alegria 
morava no perto-longe 
daquilo que nunca digo 
seu nome era antigo... 
era...talvez...Bertulina... 
Quem sabe da tal menina? 
7
Um dia de azul e noite, 
pernoite de cavalgada, 
na sombra, muito assustada, 
Bertulina viu o moço que, ao longe, galopava! 
Ó Xente! 
O luar se balançava 
num cordel adolescente! 
8
O vento corria tanto 
Espanto: 
não alcançava a ligeireza perfeita 
que o galope desenhava! 
9
Era um cabra cangaceiro, 
curtido e sertanejo, 
tinha olhos de lonjuras, 
verduras de olhar miragens, 
chapéu de couro, 
facão de abrir caminhos, viagens! 
10
Tinha estrelas faiscantes, 
nos dentes do seu sorriso... 
Ai...me calo...quase falo!... 
Ó xente...perco o siso! 
11
Nos cascos do seu cavalo 
tinha trovão e faíca, 
fósforo que queima e risca 
o escuro que ilumina 
a paixão em Bertulina. 
12
O moço chegou, chegado, 
sorriu sua belezura, 
saltou fora do cavalo 
(vontade ninguém segura), 
roubou um beijo da boca 
de Bertulina, a donzela. 
Depois de assaltar o beijo, 
perguntou o nome dela. 
13
- Eu me chamo Bertulina, moço, 
estou muito assustada, 
sou tão moça, inda menina, 
nunca antes fui beijada... 
O senhor me assaltou, 
não deu tempo pra mais nada... 
eu não sei o que faço, 
minha boca está molhada 
como orvalho da flor... 
Será que seu beijo, ó moço, 
em mim pousou... 
namorou? 
Será que o gesto louco 
teve um pouco de amor? 
14
- Não sei se é fato ou fita, 
não sei se é fita ou fato, 
o fato é que você me fita, 
me fita mesmo de fato... - 
Respondeu o cangaceiro 
em brincadeira e risada, 
pulou sobre seu cavalo 
e partiu em galopada. 
15
A lua tremeu nos olhos 
de Bertulina, em lágrimas... 
A mocinha ficou louca 
de gosto de amor partido 
no alto do céu da boca! 
Nem sabia que o amor 
podia ser cangaceiro, 
podia sonhar desejo 
roubando o beijo primeiro! 
16
Porque o primeiro beijo 
é coisa muito esperada: 
tem que ser algo manso, 
remanso, lagoa d'água. 
Tem que ter um certo tempo, 
coragem não revelada, 
um perfume de jasmin, 
um não se esqueça de mim... 
17
Quando numa noite quente 
a lua ficou inchada 
o cavaleiro voltou. 
Bertulina espiava dentro de uma paixão. 
O moço viu Bertulina 
e roubou outro beijo, 
foi aí que a mocinha 
falou assim para o rapaz: 
18
- Antes de querer meu beijo, 
por favor, moço, me diga, 
se o beijo é verdadeiro 
ou se é ousadia de cangaceiro! 
19
Eu me chamo Doralice 
Bertulina do Sertão, 
comigo só tem poesia 
se rimar no coração. 
20
Aprendi uma verdade 
e verdade não se esquece: 
tudo aquilo que se aceita... 
pois é, agente merece! (...)

Sylvia Orthof. Cordel adolescente, ó xente!

1. O cordel, uma narrativa em versos, é um tipo de texto elaborado para ser declamado ou cantado.
a) O texto que você leu se inicia com uma apresentação. Quem se apresenta ao leitor/ouvinte? Qual o seu nome e o que faz? 

b) Qual é a estratégia empregada pela cordelista para atrair a atenção das pessoas para o seu cordel?

c) Qual é o tema do cordel?

2. Na 4ª estrofe, a narradora começa a contar a história da garota que amava um cangaceiro.
a) Que aspectos do cangaceiro são ressaltados nessa estrofe?

b) Que expressão tipicamente nordestina é usada para qualificar o cangaceiro?

c) Transcreva a expressão da linguagem oral empregada pela narradora. Que significado ela adquire no contexto?

3. Ao referir-se à mocinha da história, na 5ª e 6ª estrofes, a narradora não a identifica claramente. Por que ela utiliza esta estratégia?

4. A primeira vez que Bertulina viu o cangaceiro, algo aconteceu.

a) Que imagem representa o despertar do amor em Bertulina?
b) Que verso expressa a emoção incontida desse momento?
c) Que efeito de sentido é decorrente dessa escolha?

5. O cangaceiro é caracterizado na 9ª estrofe. 

a) Que versos mostram o seu jeito de ser? 
b) O que esse trecho revela sobre as características do cangaceiro?

6. A 11ª estrofe narra o momento em que explode a paixão de Bertulina.

a) Que substantivos empregados nessa estrofe podem ser associados às sensações vividas por Bertulina? 
b) Que sentido os substantivos empregados nessa estrofe atribuem ao momento narrado e consequentemente ao sentimento de Betulina?

7. Na 13ª estrofe, Bertulina, após o beijo, afirma estar assustada. 

a) Qual a preocupação dela em relação ao beijo? 
b) Na fala de Bertulina, o que as reticências podem revelar?

8. Doralice e Bertulina são a mesma pessoa.
a) Que pistas, no texto, podem levá-lo a concluir isso? 
b) Com que objetivo a narradora pode ter usado essa estratégia na sua história? 


ARGUMENTAÇÃO

Há assuntos polêmicos que dividem as opiniões:

EXEMPLO: Atualmente, cogita-se da implantação da pena de morte no Brasil.

Argumentação favorável: a pena de morte amedronta as pessoas, impedindo-as de cometer os chamados crimes hediondos.

Argumentação contrária: condenar pessoas à morte não diminui a criminalidade. Violência não se combate com violência.

I. Leia os trechos a seguir e escreva argumentando favoravelmente e contra:

01. West Palm Beach – Uma mulher divorciada não pode impedir seus filhos de chamar a madrasta de mamãe. Essa foi a decisão tomada pelo Tribunal de Recursos de West Palm Beach, na Flórida, anulando a sentença de uma Corte de Broward, que concedeu a Jane Brock o direito exclusivo de ser chamada de mamãe pelos dois filhos – de três e sete anos - sobre os quais mantinha a custódia. Jane entrou com a ação depois que o ex-marido Mark recomendou às crianças que chamassem a nova mulher de mamãe Lisa.

O tribunal de recursos considerou que a juíza do Tribunal de primeira instância, Estela Moriarty, se precipitou ao emitir sua sentença. Consultados a respeito, advogados e juristas assinalaram que a decisão da Corte de West Pal Beach foi baseada em um problema processual e não é definitiva. Moriarty não quis comentar o caso e disse apenas o seguinte: “Pessoalmente, acho que só temos uma mãe e um pai”. Já o advogado de Marty, Mathew Miller, acha que padrastos e madrastas têm direito a esse tratamento. “Trata-se de um termo carinhoso, como chamar um amigo da família de tio.”

a- Argumentação favorável:-________________________________________
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b- Argumentação contrária: ________________________________________
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02. A gente fica esperando, na maior ansiedade, o aniversário de 18 anos para poder, enfim, tirar a carteira de motorista e sair por aí. Mas as coisas não acontecem desse jeito em todos os lugares. Há países onde o pessoal já pode pegar o carro ou a moto com 16 anos. Sorte deles.

Não tem jeito. Carteira de motorista por aqui só com 18 anos, depois de passar nos exames m´4edico, psicotécnico, teórico e prático. Quando foi aprovado o direito de voto aos 16 anos, todo mundo achou que a lei para dirigir ia mudar também, mas até agora nada. E não há exceção nem para motos. O menor de 18 anos que dirige se complica e pode até chegar a ser internado para se corrigir. Seus pais também não ficam de fora e são os responsáveis por indenizações e consertos nos outros carros em caso de acidentes.”

a) Argumentação favorável:________________________________________
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b) Argumentação contrária: _________________________________________
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03- O crescente índice de criminalidade, em nossos dias, deve-se basicamente às precárias condições de vida da maioria do povo brasileiro.


a) Argumentação favorável: _________________________________________
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b) Argumentação contrária: _________________________________________
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A ESTRUTURA DO ARTIGO DE OPINIÃO

Existem várias possibilidades de organizar a estrutura de um artigo de opinião, porém, de maneira geral, todos possuem os seguintes elementos. (Não existe uma ordem específica para esses elementos e nem todos precisam aparecer num mesmo artigo de opinião).

01) Contextualização e/ou apresentação da questão que está sendo discutida.

02) Explicitação do posicionamento assumido.

03) Utilização de argumentos para sustentar a posição assumida.

04) Consideração de posição contrária e antecipação de possíveis argumentos contrários à posição assumida.

05) Utilização de argumentos que refutam a posição contrária.

06) Retomada da posição assumida.

07) Possibilidades de negociação.

08) Conclusão (ênfase ou retomada da tese ou posicionamento defendido).

Leia o artigo a seguir, dividindo-o em partes. Numere cada parte, correspondendo-a aos elementos listados anteriormente.

A NATUREZA JÁ NÃO SE DEFENDE. VINGA-SE!
Jacir Venturi

Um dos maiores paradoxos atuais da humanidade é zelarmos tanto pela saúde e bem-estar de nossos filhos e pouco nos importamos com a qualidade de vida daqui a 30 ou 50 anos. “A terra não nos pertence. Ela foi emprestada de nossos filhos”, advertia um cacique indígena americano, há mais de um século. Ademais, torna-se insensato e irônico: nós, humanos, que nos proclamamos inteligentes, somos os únicos – os únicos – a promover o desequilíbrio natural.

Existe uma relação direta entre as agressões ao ambiente e aos cataclismos provocados pela natureza injuriada. Conforme estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), o aquecimento global tem provocado, a cada ano, 150 mil mortes e prejuízos de 70 bilhões de dólares. Em relação a 2005, a ONU também catalogou 360 desastres ambientais, dos quais 259 foram creditados à elevação da temperatura na Terra. O agravamento foi de 20% sobre o ano anterior.

A Mãe Natureza é, a um só tempo, primitiva e nobre ao agir. É agradecida com quem a trata bem, além de ser espontaneamente dadivosa, bela e vivificante. Porém, pedagógica, ou sabe ser vingativa aos 6.5 bilhões de terráqueos: se alterarem o equilíbrio natural, eu os arruíno” - diria ela. “A sobrevivência de toda humanidade está em perigo. É o momento de sermos lúcidos. De reconhecer que chegamos ao limite do irreversível, do irreparável”, adverte o Comunicado de Paris, assinado por representantes de 40 países, reunidos em fevereiro deste ano.

Não há mais o benefício da dúvida. O ser humano é o principal indutor do efeito estufa, de furacões, tufões, secas, inundações, incêndios. De fato, a Terra lança gritos agônicos por meio dos quais clama por uma atitude não apenas compassiva, mas também pró-ativa. Não basta que haja uma consciência ambiental. Não basta condoer-se com a morte dos ursos polares. A bem da verdade, o planeta será salvo não apenas pelos governos ou ONGs nem pela nossa compaixão, mas pelas ações concretas de cada ser humano. É preciso agir. Mesmo fazendo pouco, como o fabulativo beija-flor: “Era verão e o fogo crepitava feroz na floresta. Sobressaltados, os animais se dividiram. Alguns fugiram para o grande rio que permeava a floresta; outros se puseram a debelar o incêndio. Um beija-flor, nas suas idas e vindas, apanhava uma minúscula porção de água e arremessava sobre as chamas. O obeso elefante, mergulhado no rio para proteger-se do fogo, perguntou ao beija-flor: 

- Meu pequeno pássaro, o que fazes? Não vês que de nada serve a tua ajuda? 

- Sim, respondeu o beija-flor, mas o importante para mim é que estou fazendo a minha parte!”.

(Jacir Venturi é diretor de escola e diretor do Sindicato das Escolas Estaduais Particulares do Paraná (SINEPE – PR) em Curitiba.
Texto extraído do jornal Folha de Londrina de 28/09/2007)

Todo texto é produzido em um contexto de produção, pois quem escreve, o faz pensando em certos elementos que interferem no sentido dos textos: existe uma intenção do autor ao escrever, e esta intenção está direcionada a quem vai ler o seu texto. O autor também se atém a um determinado tempo e lugar, a divulgação é feita em determinado veículo. São elementos que criam um “elo” entre autor e leitor.

O produtor de um artigo de opinião busca construir para os leitores uma imagem de si mesmo, mostrando seus conhecimentos sobre o tema tratado, através da razão e da lógica, sustentando sua posição.

Geralmente, quem lê o artigo de opinião é alguém que de alguma forma se interessa por questões polêmicas, ou porque está sendo afetado pela questão em si, ou porque se interessa por assuntos que envolvem a sociedade. A sua leitura é restrita a uma elite sociocultural que tem acesso aos meios de circulação.

A circulação do artigo de opinião ocorre em jornais e revistas impressos ou on-line, e tem o objetivo de influenciar o posicionamento dos leitores em relação a uma questão controversa.


ARTIGO: DROGAS E O DISCURSO PROIBITIVO
Cezar Bueno

O endurecimento atual das políticas antidrogas busca fundamentação moral e política no passado recente. Desde o início do século XIX, nos EUA, as instituições oficiais e setores da sociedade civil, tendo à frente a supremacia dos homens brancos, desconfiavam dos hábitos exóticos das minorias que vinham da África e do Oriente Médio fazer concorrência no mercado de trabalho norte-americano, impulsionado pelo rápido desenvolvimento do capitalismo industrial. A entrada de grupos humanos, com usos e costumes considerados exóticos, não demorou cais na mira do etiquetamento penal nos EUA. Os negros foram tachados como consumidores de cocaína; os chineses como viciados em ópio; os irlandeses como gambás humanos movidos a álcool; os mexicanos e outros hispânicos como indolentes, libidinosos e fumadores de maconha. Os usos e costumes desses grupos marginais, envolvidos com o uso de substâncias que alteram o estado de funcionamento da mente, entravam em confronto com as exigências econômicas, os interesses políticos e os valores morais cultuados na América do Norte. A influência histórica das políticas proibicionistas arquitetadas pelo governo norte-americano contaminou uma pluralidade de saberes. Hoje, sociólogos, assistentes sociais, promotores, juízes e técnicos sociais dão a entender que a miséria das drogas parece superar, em termos de propensão à prática de atos anti-sociais graves, as misérias materiais produzidas pelo capitalismo selvagem. Discursos oficiais e acadêmicos costumam fazer associações mecânicas entre o consumo de drogas e a prática de atos infracionais violentos. Uma leitura ingênua e superficial acerca das drogas supõe fazer acreditar que o perigo social do crime e da violência exclui, por exemplo, os jovens filhos drogados e medicalizados da classe média e recai sobre os ombros dos jovens miseráveis e brutalizados das periferias.

Sabe-se, no entanto, que não é possível fazer uma associação mecânica entre o consumo de drogas e a prática de agressões físicas violentas. Muitos adolescentes, filhos da classe média brasileira e de outros países, divertem-se nas festas rave, consomem álcool ou substâncias entorpecentes, porém, raramente ocupam o noticiário na mídia registrando tragédias e mortes prematuras. Faltam debates mais amplos e atualizados acerca das drogas. A insistência na formulação de políticas legislativas demagógicas e penalizadoras contribuem para rotular, por antecipação, milhares de jovens e famílias que habitam os cinturões urbanos das senzalas urbanas. O debate e as possíveis soluções para enfrentar a escala da produção, da distribuição e do consumo de drogas devem ocupar o centro dos debates políticos e acadêmicos sem rótulos ou ideologias políticas preestabelecidas. As saídas eficazes para enfrentar o aumento do consumo de drogas já não podem ignorar os interesses econômicos e apelos culturais que tornam o mercado ilegal das drogas atraente e promissor.

(CEZAR BUENO é professor de Sociologia na Unifil e na PUC-PR, campus Londrina) Texto extraído do jornal Folha de Londrina de 19/08/2007

ATIVIDADES
01) Leia o artigo com atenção e encontre os elementos do contexto de produção:
a) Autor do texto e seu papel social: _____________________________ 

b) Os interlocutores e representação social: ___________________________

c) Finalidade ou objetivo: ______________________________________ 

d) Época e meio de circulação: _______________________________________

02) O papel social assumido influencia no posicionamento do autor? De que forma? 
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

03) Qual o posicionamento do autor sobre o tema abordado? 
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

04) Qual argumento mais convincente, na sua opinião, que o autor utiliza? 
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


TEXTO: RETRATO OVAL
Era o retrato de uma moça na flor da juventude, prestes a entrar na plenitude de sua feminilidade. Olhei o quadro num relance, fechando os olhos logo em seguida. De imediato, nem eu mesmo pude perceber por que motivo agira assim. Entretanto, ainda com as pálpebras cerradas, pus-me a pensar sobre a causa desse meu ato. Na verdade, fora apenas um movimento impulsivo que me permitira ganhar tempo para refletir __ para me certificar de que meus olhos afinal não me haviam enganado __, para me recobrar e dominar a fantasia a fim de poder então lançar-lhe novo olhar, com mais calma e segurança. Pouco depois fixei o olhar na pintura, demoradamente.

Foi com profundo temor e reverência que coloquei o candelabro na posição anterior. Uma vez que o motivo da minha profunda inquietação estava assim fora do meu campo visual, passei a examinar avidamente o livro que tratava dessas pinturas e de seu histórico. Depois de folheá-lo rapidamente até encontrar o número referente ao retrato oval, procedi à leitura do texto curioso e fantástico que transcrevo a seguir:

“ Era uma jovem de rara beleza, cheia de encantos e alegria. Infeliz a hora em que encontrou o pintor, apaixonou-se e com ele se casou. Ele, um homem passional, estudioso e austero, já tendo a Arte por sua amada. Ela, uma jovem de rara beleza, cheia de encantos e alegria, plena de luz e sorrisos, travessa como uma gazela nova, afetuosa e cheia de amor à vida; odiando somente a paleta, os pincéis e demais instrumentos aborrecidos que a privavam da companhia do amado. Foi, portanto, com profundo pesar que essa jovem ouviu o pintor expressar o desejo de retratá-la a ela, sua bela esposa. Porém, por ser dócil e meiga, posou para ele por várias semanas, imóvel em meio à penumbra daquele aposento do alto da torre, iluminado apenas por um único foco de claridade que descia do teto e incidia diretamente sobre a tela, deixando todo o resto na escuridão. Já o pintor rejubilava-se com o trabalho, prosseguindo hora após hora, por dias a fio. Era um homem obcecado, irreverente e temperamental, sempre a perder-se em devaneios; tanto assim que recusava-se a perceber que a luz nefasta daquela torre deserta consumia a saúde e o ânimo de sua esposa, a qual definhava aos olhos de todos, exceto aos seus. E no entanto, ela sempre sorria e continuava a sorrir sem se queixar porque notava que o pintor {artista de grande renome}desfrutava um prazer ardente e avassalador ao executar a obra sem jamais esmorecer, trabalhando dia e noite para retratar aquela que tanto o amava, mas que se tornava cada vez mais fraca e melancólica. Na verdade, aqueles que puderam ver o retrato comentaram em voz baixa a total fidelidade entre modelo e obra, atribuindo-a a um prodígio excepcional, prova cabal não só da perícia do pintor como do amor profundo que dedicava àquela a quem retratava com tanta perfeição. Porém, com o tempo, à medida que se aproximava a conclusão do trabalho, ninguém mais obteve permissão para entrar na torre , pois o pintor entregara-se à loucura de sua obra e raramente desviava os olhos da tela, nem mesmo para olhar o rosto de sua mulher. E recusava-se a perceber que as cores que ia espalhando por sobre a tela eram arrancadas das faces daquela que posava a seu lado. Passado alguns meses, quando quase nada mais restava a ser feito, a não ser uma pincelada sobre a boca e um retoque de cor sobre os olhos, o espírito da jovem reacendeu-se ainda uma vez, tal qual chama de uma vela a crepitar por um instante. E então executou-se o retoque necessário e deu-se a pincelada final e, por um momento, o pintor caiu em transe, extasiado com a obra que criara. Porém, no momento seguinte, ainda a contemplar o retrato, estremeceu, ficou lívido e, tomado de espanto, exclamou com um grito: “Mas isto é a própria vida!” E quando afinal virou-se para olhar a própria amada ... estava morta!”
(Edgar Allan Poe- O retrato oval ) 


ESTUDO DO TEXTO

VOCABULÁRIO:

-devaneio: fantasia, sonho
-paleta: placa oval ou retangular, geralmente de madeira, que tem orifício onde se coloca o polegar, e sobre a qual os pintores misturam as tintas
-penumbra: meia-luz, meia obscuridade
-plenitude: em plena forma, brilho
-transe: estado de profunda interiorização

1- Escreva nos pontilhados os verbos correspondentes que equivalem aos destacados nas frases.

-alegrava-se; recaía; arder; fraquejar; consumia-se; tiravam

a- “ que a privavam da companhia da amado.”__________________________

b-“... e incidia diretamente sobre a tela...”._____________________________

c-“... a qual definhava aos olhos de....”_________________________________

d-“... de uma vela a crepitar por um instante.”___________________________

e-“... sem jamais esmorecer ...”______________________________________


2- Quanto ao narrador da história, há dois momentos. Escreva o foco narrativo e tipo de narrador de cada um dos dois de acordo com os trechos abaixo.


3- a-“... pus-me a pensar sobre a causa desse meu ato.”_________________

b-“Era uma jovem de rara beleza...”__________________________________


4- O narrador olha o quadro duas vezes. Explique a maneira como ele olhou em cada uma das vezes.

1º- momento- ___________________________________________________

2º- momento- ___________________________________________________

5- Que tipo de sentimento tomou conta do narrador depois de examinar detidamente a pintura?
( ) desleixo ( ) irreverência ( ) veneração ( ) desinteresse

6- Explique o sentido da afirmação do narrador: “Uma vez que o motivo da minha profunda inquietação estava assim fora do meu campo visual.”
________________________________________________________________

7- Por que ele caracterizou o texto sobre a história do retrato como “curioso e fantástico”?________________________________________________________________________________________________________________________________

8- Pela descrição das personagens, concluímos que:

( ) a jovem, que era encantadora mas austera, amava o pintor, homem cheio de paixão pela vida.
( ) o pintor, um homem severo e cheio de paixão pela Arte, amava aquela jovem de rara beleza e encantos.
( ) o pintor amava a Arte, e a jovem amava o pintor. 

9- Podemos identificar duas histórias dentro da mesma história. Qual é a primeira história que está sendo contada e qual seu foco narrativo e narrador? Qual a segunda história e qual seu foco narrativo e narrador?


1ªhistória:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2ªhistória:_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10- Numere os trechos abaixo na sequência em aparecem no texto, num crescente de tensão até o desfecho da narrativa, com a morte da jovem.

( ) “... por ser dócil e meiga, posou para ele por várias semanas, imóvel em meio à penumbra...”
( ) “... ela sempre sorria e continuava a sorrir sem se queixar...”
( ) “... o espírito da jovem reacendeu-se ainda uma vez...”
( ) “... estava morta!”

11- Assinale a alternativa correta quanto à classificação das conjunções destacadas

a- Entretanto, ainda com as pálpebras cerradas ....”
b- “... a fim de poder então lançar um novo olhar...”
c- “foi, portanto, com profundo pesar...”
d- “Porém, por ser dócil e meiga,...”
e- “... sem se queixar porque notava que o pintor...”

( ) adv. causal, coord. adversativa, coord. conclusiva, adv. final, coord. adversativa
( ) coord. conclusiva, adv. final, coord. adversativa, coord. adversativa, adv. causal
( ) coord. adversativa, adv. final, coord. conclusiva, coord. adversativa, adv. causal

12- Faça como a questão anterior.

a- “... à medida que se aproximava a conclusão do trabalho...”
b- “ ... pois o pintor entregara-se à loucura...”
c- “ ... nem mesmo para olhar o rosto ...”
d- “ ... quando nada mais restava a ser feito...”
e- “ ... tal qual chama de uma vela... “

( ) adv. comparativa, coord. aditiva, adv. proporcional, adv. temporal, coord. explicativa
( ) adv. proporcional, coord. explicativa, coord. aditiva, adv. temporal, adv. comparativa
( ) coord. explicativa, adv. proporcional, coord. aditiva, adv. comparativa, adv. Temporal
( ) n.d.a



Um Apólogo
Machado de Assis

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: 

— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

(Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.)

DEPOIS DE LER O TEXTO, FAÇA O QUE SE PEDE.

1- O QUE É UM APÓLOGO? CONSULTE O DICIONÁRIO. DE ACORDO COM O SIGNIFICADO ENCONTRADO, VOCÊ CONHECE ALGUM OUTRO APÓLOGO? QUAL?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


2- RELACIONE AS COLUNAS, USE O DICIONÁRIO, SE NECESSÁRIO.

A- SUBALTERNO 
B- OBSCURO 
C- ÍNFIMO 
D- COSER 
E- GALGOS 
F- MELANCOLIA 
G- ALTIVA 
H- BATEDORES 
I- ORDINÁRIA 

( ) CÃO PERNALTO E ESGUIO PRÓPRIO PARA A CAÇA DE LEBRES,É O MAIS RÁPIDO DOS CÃES;
( ) COSTURO;
( ) AQUELES QUE ABREM CAMINHO;
( )DE QUALIDADE MÉDIA OU INFERIOR, VULGAR, COMUM
( ) MUITO PEQUENO,INFERIOR, VULGAR,O MAIS BAIXO DE TODOS;
( ) SUBORDINADO, INFERIOR, SECUNDÁRIO;
( ) ORGULHOSO, ARROGANTE, VAIDOSO;
( ) ABATIMENTO, DESÂNIMO, TRISTEZA;
( )SOMBRIO, POUCO CONHECIDO,INDECIFRÁVEL.

3- “ERA UMA VEZ” PODE SER SUBSTITUÍDA POR QUAL OUTRA EXPRESSÃO DE SEMELHANTE SIGNIFICADO?
________________________________________________________________

4- A EXPRESSÃO “AGULHA NÃO TEM CABEÇA” NA LINGUAGEM CONOTATIVA PODE SER ENTENDIDA COMO: ______________________________________

5- DE ACORDO COM O TEXTO, O QUE SIGNIFICA: “DAR FEIÇÃO AOS BABADOS”?
________________________________________________________________

6- QUAL O TEMA DISCUTIDO NO TEXTO? ASSINALE A(S) ALTERNATIVA(S) CORRETA(S).

( ) O ORGULHO; ( ) A VAIDADE; ( ) A HUMILDADE; ( ) A MODÉSTIA; ( ) A BONDADE; ( ) A SIMPLICIDADE; ( ) EGOÍSMO; ( ) PREPOTÊNCIA.

7- DEPOIS DE RELER O TEXTO ATENTAMENTE, DIGA:

A- QUE TIPO DE NARRADOR O TEXTO APRESENTA? ATENTE PARA POSSÍVEL MUDANÇA DE FOCO NARRATIVO. JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA.

________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


B- ESPAÇO TEMPORAL ( QUANDO): __________________________________
_______________________________________________________________

C- PERSONAGENS: _______________________________________________

D- ESPAÇO FÍSICO (ONDE): ________________________________________


________________________________________________________________

E- FOI UTILIZADO O DISCURSO DIRETO? COMPROVE.
________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________


8- DE ACORDO COM O TEXTO, QUEM ERA ORGULHOSA E POR QUE O ERA?
________________________________________________________________________________________________________________________________

9- “SILENCIOSA E ALTIVA” SÃO QUALIDADES ATRIBUÍDAS A QUEM? 
________________________________________________________________________________________________________________________________


10- HÁ, NO TEXTO, USO DE VOCATIVO? COMPROVE SUA RESPOSTA COM UM TRECHO DO TEXTO, CASO SUA RESPOSTA SEJA POSITIVA.
________________________________________________________________________________________________________________________________

11- RETIRE DO TEXTO, A ONOMATOPEIA UTILIZADA PELO AUTOR E DIGA O QUE ELA ESTÁ REPRESENTANDO.
________________________________________________________________________________________________________________________________

12- IDENTIFIQUE:

A- A PERSONAGEM QUE JULGA O TRABALHO IMPORTANTE, POIS É NELE QUE ESTÁ O SENTIDO DE SUA VIDA:_____________________________________

B- A PERSONAGEM CUJO INTERESSE É O RESULTADO DO TRABALHO, OS ELOGIOS, FESTAS, O GLAMOUR:_____________________________________

C- PERSONAGEM QUE SE AUTO AFIRMA INTELIGENTE:__________________


13- QUEM DE FATO É POSSUIDOR DO FAZER, QUE COMANDA O PROCESSO DE PRODUÇÃO: ( ) A AGULHA; ( ) A LINHA; ( ) A COSTUREIRA.


14- AGULHA, LINHA, BARONESA, COSTUREIRA: ESTABELEÇA TRAÇOS COMUNS ÀS PERSONAGENS MENCIONADAS.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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15- QUANTO AO “PROFESSOR DE MELANCOLIA”, PODEMOS CONCLUIR QUE ELE:

( ) ESTAVA SEMPRE SE DANDO MAL; ( ) QUE ERA FREQUENTEMENTE PASSADO PARA TRÁS; ( ) SENTIA-SE INJUSTIÇADO; ( ) RECEBIA O RECONHECIMENTO QUE JULGAVA MERECER; ( ) ERA FELIZ PORQUE TINHA SEU TRABALHO VALORIZADO.

16- LINHA E AGULHA ERAM SEMELHANTES PORQUE:
( ) AMBAS ERAM HUMILDES; ( ) AMBAS ERAM ORGULHOSAS; ( ) AMBAS ERAM TRABALHADORAS; ( ) AMBAS ERAM VAIDOSAS.

17- O QUE VOCÊ ACHA QUE SIGNIFICA “SERVIR DE AGULHA PARA MUITA LINHA ORDINÁRIA”?
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3 comentários:

Profe Dê disse...

ADOREI!

Melri disse...

Tem gabarito?

Unknown disse...

Preciso do gabarito do texto um Apólogo, por favor é urgente

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